domingo, 27 de fevereiro de 2011

Uma massa folhada e 3 ideias


Só porque eu reclamei com um amigo, umas semanas atrás, que não conseguia encontrar massa folhada em Belém, dei de cara - ontem - com um belo pacote de massa folhada (crua) "caseira", da Massa Leve. Lógico que não pensei duas vezes e agarrei a minha porque precisava testar três ideias - duas delas pra lá de manjadas: um hot dog com massa folhada e uma trouxinha de queijo.
A última ideia teve um resultado aquém do esperado: uma trouxinha com recheio de leite condensado...
Prometo detalhar esse post nos próximos dias.
Queijo e leite condensado

A lenda do vinho que o capiroto bebia



"A linha Casillero Del Diablo é a mais conhecida da vinícola Concha y Toro e se tornou uma espécie de ícone de vinhos chilenos no mercado global, vendido em mais de 120 países. É também o vinho do Chile mais consumido no Brasil.
(...)
Em 1883, Don Melchor de Concha y Toro, fundador da vinícola, trouxe para o Chile algumas cepas de Bordeaux, na França, e plantou-as no vale do Maipo, obtendo excelentes resultados. Uma parte dos melhores vinhos produzidos, Don Melchor guardou para consumo próprio (Esperto ele, não?).

Vasculhando a história, descobrimos uma frase de Don Melchor que começa a desvendar esse mistério: "Como una forma de mantener inalterables sus condiciones de temperatura y humedad, estos vinos fueron guardados al fondo de esta magnífica bodega, en un casillero especialmente destinado para este fin." Ou seja, o casillero seria a parte mais nobre da adega, uma espécie de armário ou arquivo de barris.

Vamos então à segunda parte da história: “El Diablo”. Nos primeiros anos, vários barris desapareceram misteriosamente do casillero. Para dar uma explicação ao sumiço, e principalmente para evitar que os camponeses da região continuassem roubando seu precioso vinho reservado, Don Melchor espalhou a lenda de que o diabo morava justamente naquela adega. E não é que essa lenda funcionou? Intimidados e apavorados com a idéia de ficarem de frente com o diabo, os camponeses pararam de roubar os barris de Don Melchor. Bom pra ele que teve seu problema resolvido, e bom pra nós que temos o prazer de saborear essa preciosidade até os dias atuais.



Fonte: Homens na Cozinha

NOTA: AMO o Casillero e este foi presente do Fernão, no encontro de nossa recém-formada confraria... Você lê aqui.

Baião de Dois


Foi um repente. Domingo é dia de preguiça e tento (quase sempre sem sucesso) passar longe da cozinha, mas depois de passar os últimos dois dias com alimentação desregulada, à base de comida pesada, delivery, decidi que um baião low profile seria uma boa opção. Não porque seja uma comida leve, mas porque seria feito em casa, logo com uns toques de "invecionice", uns temperos diferentes e pouquíssima gordura. E assim foi.
Adianto-lhes: foi fácil executar a receita porque havia feijão preto - presente da minha mãe, mão santa para feijões - congelado, no fundo do congelador... há algum tempo.
Então foi assim:
- Numa panela, um fio de azeite. Doure cebola, alho (bem picadinho) e alho-poró (não falei numa invencionice ;-). Refogue uma xícara de arroz (medida). Usei arroz agulhinha e some água quente. Quando estiver secando, acrescente o feijão preto (ou de sua preferência). Eu uso sempre o dobro de feijão, neste caso, duas xícaras (e meia) de feijão preto pronto. Quando estiver secando (não muito, prefiro-o com muito caldo), acrescente cheiro verde picadinho e tomates vermelhos em cubinhos. Ah, se você quiser, acrescente linguiça ou paio (eu passei o meu pela frigideira e escorri toda a gordura e ainda deitei em papel-toalha para absorver melhor).
Sirva imediatamente, quentíssimo, com azeite (é, dele não abro mão) e cebolinhas.


* Prato e post em homenagem ao meu incrível amigo Gerson Nogueira, baionense (nascido em Baião, município no interior do Pará) orgulhoso das origens e dono da pena mais sagaz do jornalismo espotivo... Ah, o cabra ainda manja de Rock'n'Roll como ninguém! Todas as felicidades a este querido..

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mimo do dia




Quem não gosta de ganhar presentes? Eu adoro. Gosto mais quando rendem bons postos para o T&P.
Uma amiga querida, recém-chegada do Sul do país, trouxe um pack de biscoitinhos coloniais artesanais para mim. "Lô, lembrei de ti e achei que seriam assunto pro teu blog!" (previsível, eu?)


O mimo veio de Vargem do Cedro (SC), da Fluss Haus (clique). São delicados, parecem pequenas joias de biscui. O sabor não difere muito dos biscoitinhos simples, de leite, mas que impressionam, ah, isso impressionam!
Companhia para o café da manhã.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Jantar para amigos


O cardápio
Entrada:
- Tábua de queijos e frios
- Quiche de alho-poró
- Salada
- Pães (caseiros)
- Pastas

Principais, em homenagem aos amigos André Loreto e Ana:
- Lasanha (4 queijos)
- Talharim, molho vermelho com manjericão e almôndegas.

Sobremesa:
- Petit Gateau, da Yanna
- Apfel Strudel (que não foi feito...)

Fotos do André Loreto.

Quiche de alho-poró

Que os comensais do T&P amam quiches, isso não é novidade. Então é melhor apostar nessa ideia sempre.
Esta quiche ficou delicada (embora a massa, sem qualquer adição de sal, tenha ficado levemente salgada) e eu indico sempre como entrada ou, como um "aquecimento" para os trabalhos... Esta receita também fez parte do jantar do último sábado.

A receita da massa é aquela de sempre, velha conhecida. Clique aqui.


Mudou o recheio.
Numa frigideira, aqueça um fio de azeite e refogue o alho-poró cortado em fatias fininhas. Quando ele estiver translúcido, deite o tomate seco, cortado em pedacinhos e uma linguiça defumada (eu teria parado no tomate seco, mas quando se recebe cavalheiros, há que se ter um "algo mais" no recheio).

Deite na massa, cubra com o creme (uma lata de creme de leite, batida com dois ovos inteiros e queijo parmesão). Leve ao forno até a cobertura estar firme e dourada. Retire e sirva em seguida.

Uma outra ideia de recheio da quiche? Aqui.

Petit Gateau da Yanna


Vínhamos marcando há muito tempo: um encontro para cozinhar, beber vinho, ouvir boa música e... jogar! Baralho (inofensivo), Pictionary, Imagem&Ação. Adiamos várias vezes por conta das agendas não-coincidentes. Mas eis que no último sábado, finalmente aconteceu: encontramo-nos e inauguramos oficialmente uma confraria.
O combinado foi o seguinte: cada um opinou sobre o cardápio e fechamos um menu italiano. Er, quase... Com direito à massa, muita massa.
No quesito sobremesa, eu engano bem. Faço o trivial (com muita "purpurina"). Por isso fiz tanta questão de que a sobremesa fosse da Yanna, esposa do Elvis.
Explico melhor: umas semanas atrás, ela fez um petit gateau num jantar para um amigo e não pude saborear do jeito que merecia. Mas o perfume daquele pequeno bolinho (redudância merecida) ficou entranhado.
Gentil como só eles são, Yanna topou refazer. E o melhor: dar a receita para que eu pudesse testar. Testei, mas... da Yanna é - de longe - o melhor que já comi.
Vamo à receita?

Petit Gateau da Yanna

INGREDIENTES:
- 200 gr. de chocolate meio amargo picado
- 120 gr. de manteiga
- 2/3 xícara (das de chá) de trigo
- 1/2 xícara (das de chá) de açúcar
- 3 ovos inteiros
- 3 gemas

MODUS OPERANDI
1. Untar com manteiga e polvilhar com trigo, forminhas para empada (lisas);
2. Leve o chocolate para derreter em banho-maria ou no microondas;
3. Misture o chocolate derretido à manteiga, em temperatura ambiente;
4. Bata os ovos e as gemas com o açúcar, até dobrarem de volume;
5. Misture a farinha à massa (delicadamente);
6. Preencha as forminhas até 2/3;
7. Leve ao forno por 8 a 12 minutos.

O PULO DO GATO:
A característica do Petit Gateau é o interior molinho. A graça é partir o bolo e sair aquela calda quente de dentro, portanto vá vigiando o calor do forno, para que seus pequenos não assem inteiramente....

SERVIÇO:
Com sorvete de creme... e orações.. e promessas de que, no dia seguinte, você vai começar a dieta...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Almôndegas recheadas



Taí uma receita que eu vinha desejando fazer HÁ MUITO TEMPO.
Várias foram as vezes em que eu tive os ingredientes em mãos, mas nunca rolou.
Daí que a visita de uma amiga querida, para o almoço, foi a motivação perfeita.
Cês lembram do post do Hamburguer caseiro? Pois bem, é quase a mesma linha: o mínimo de intervenção garante um resultado mais saboroso.
Explico: há várias receitas de polpetas e quase todas levam ZILHÕES de ingredientes adicionados à carne moída: trigo, parmesão, ovos, creme de cebola e por aí vai.
Minhas almôndegas (ou hamburgueres e bolo de carne) levam carne moída. E temperos. E só.
Ah, neste caso, eu quis inventar um tiquinho e coloquei ricota no meio, o que garantiu um ar de novidade à uma receita tão comum...
O prato arrancou elogios - e pratos limpíssimos!
Vamos à receitinha?

Ingredientes (serve super bem duas pessoas famintas)
- 1/2 kg de carne moída (optei por músculo, porque é mais indicado - e saboroso)
- Cebola picadinha
- Cheiro verde picadinho
- Duas colheres (das de sopa) de molho de soja
- Sal, pimenta e noz-moscada a gosto
- Um colher (das de sobremesa) de mostarda Dijon
- Ricota
- Tomate pelatti
- 100 ml de vinho tinto

Modus Operandi.
Misture tudo com as mãos.

Corte a ricota em pedaços proporcionais aos tamanhos de suas almôndegas. Abra, na palma da mão, pequenos "discos" de carne moída, ponha a ricota no centro e faça as bolinhas.

Numa panela, jogue um fio beeeem generoso de azeite, doure um dente de alho bem picadinho e deite as blinhas. Não mexa (esse é o pulo do gato).
As bolas soltarão água e quando já estiverem levemente coradas (e mais firmes), refogue-as com o vinho tinto e acrescente água quente. Deixe cozer.

Meia hora depois... acrescente o tomate pelatti. Tampe a panela e deixe secar um pouco mais. Sirva quente...
SUGESTÕES DE ACOMPANHAMENTO: arroz branco ou - ÓBVIO - uma massinha...

Resultado final....

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Arroz paraense


Preciso fazer um preâmbulo: há muito - mais de seis meses - reservava a caixa de arroz Basmati para uma ocasião especial. (post "Arrozes". Para ler, clique aqui).
Para os que nunca ouviram falar dele, vale muito a pena saber que muitos consideram o Basmati um arroz especial, o melhor do mundo. Ele é perfumado, delicado... depois de pronto, fica soltinho. É uma experiência muito peculiar, garanto. Deixemos que o chef Bergamo fale: "O arroz Basmati é um grão todo especial. É proveniente da Índia, mais precisamente dos pés do Himalaia" (http://blogdobergamo.blogspot.com). Para ler mais sobre o Basmati, clique aqui.
No último sábado, de posse de todos os ingredientes, decidimos ter uma noite em família, na casa da minha mãe: cozinhar juntas, bebendo vinho e ouvindo boa música e foi exatamente o que fizemos.
Minha decisão foi um arroz paraense... com Basmati.

Se você, leitor deste blog, não é paraense, saiba que este prato é uma releitura do tacacá (um tipo de "sopa" indígena, feita com tucupi - um "leite" extraído da mandioca, fermentado e cozido, fica amarelado -, com jambu cozido e camarões). Já falarei detalhadamente sobre os ingredientes.

Vamos a eles, então?
- Dois sachets de arroz Basmati. Se não tiver, não precisa ficar "em cólicas". O agulhinha vai ficar tão delicioso quanto;

- 1 litro de tucupi (que expliquei acima);
- Jambu cozido (com o mínimo de sal);
- Camarões (eu sei os do tipo "rosa", limpos e no limão)

Umas considerações:
- Você pode cozinhar o arroz e deixá-lo ali, prontinho, até o momento de fazer o prato.
- O tucupi já é vendido "cozido". Em todo o caso, eu sempre levo ao fogo para ferver, com folhas de chicória, dois dentes de alho inteiros, com casca (levemente "achatados", só para liberar levemente o aroma e gosto).
- O camarão rosa é tratado com limão. Pelo menos o meu, só leva limão. Nada mais.

Modus Operandi:
Se você não optou por fazer o prato com arroz já cozido, doure cebola + alho picadinhos em azeite e refogue o arroz Basmati. Quando os grãos estiverem dourados, quase translúcidos, acrescente o tucupi. Em vez de água, vamos cozer o arroz no tucupi.
Numa frigideira a parte, jogue um fio de azeite e refogue um dente alho bem picadinho. Deite os camarões e "salteie". Muito tempo de exposição ao calor podem endurecer os camarões ao ponto de "emborrachá-los". Não esqueça que frutos do mar são sensíveis ao calor.
À medida que o arroz vai cozinhando e ficando tenro, acrescente o jambu -já cozido - e os camarões.
Tem gente que prefere um arroz mais sequinho. Nós, lá em casa, gostamos de comida com caldo, muito caldo...
Ah, sirva imediatamente!

Faltou uma breve explanação sobre o jambu, esse lindo aí da foto:
Herbácea, folhagem comum na Região Norte. É muito usada em nossos pratos típicos, com destaque para o Tacacá e o Pato no Tucupi. Suas folhas e especialmente suas flores possuem um leve poder anestésico, que deixa língua e lábios trêmulos. É muito saboroso... garanto!

Da próxima vez que alguém disser que há estrelas...

...na sua sopa, é melhor levar ao pé da letra.


É, meus caros, podia ser só mais um instante poético desta blogger. Se a Carly Simon pode dizer que há nuvens no café ("clouds in my coffee"), em "You're so vain", justo dizer que há estrelas em sua refeição.

Permitam-me explicar melhor. No Natal (é, já tem um tempinho), Marília - minha irmã - me presenteou com alguns "itens natalinos diferenciados", dentro os quais, um pacotinho de macarrão (sêmola, com ovos), da Dona Benta, em formatos diferenciados: sinos, pinheirinhos, estrelas-guia e estrelas. Fiquei tão encantada à época, que não abri. rs

Procurei receitas que valorizassem o tal macarrão e encontrei algumas, mas também não as coloquei em prática... =(

Daí ontem eu desejei sopa. Minha avó, Maria Lúcia, faz a melhor sopa do mudo: legumes, carne, caldo espesso... Faz alguns anos que não tenho esse prazer, já que a combinação catarata + glaucoma + idade avançada não lhe permite mais. E veio o estalo: sopa de carne, legumes e... estrelinhas.

E acho que tanta "beleza" deixou o caldo mais gostoso. Pega alguns legumes e vem comigo!

Ingredientes:
- cenoura em cubinhos, couve fininha, repolho, cebola bem picadinha, cheiro verde e ciboulette (cebolinhas);
- Carne moída;
- Caldo legumes;
- Macarrão fofinho (tá, foi frescura total).

Modus Operandi
- Panela + fio beeeem generoso de azeite. Doure a cebola e refogue a carne moída (que estava temperada com molho de soja, sal e alho bem picadinho). Acrescente água quente e deixe refogar/cozinhar bem. Acrescente o caldo de legumes e deite os legumes. Tampe a panela e deixe cozer até que a cenoura esteja bem macia e só então adicione o macarrão. Eu usei o equivalente a uma xícara cheia.
- Sirva bem quente, com azeite....




E aumente o som. Porque se a Carly Simon pode "ter nuvens no café", a gente também pode adicionar poesia à nossa vida, right? ;-)

Almoço em 15 minutos


Havia carne moída pronta, cozida, no congelador. E quinze minutos para almoçar. Num dia em que eu estava desejosa de comer macaxeira (mandioca, inhame) cozida, com caldo. Aí, foi fácil!
Como eu gosto muito de cebolas, cheiro verde, dourei em azeite e deitei a carne moída pronta. Para fazer caldo =D
Acresci água quente, e acrescentei os pedaços de macaxeira (crua). Um pouquinho de molho de tomate e uma colher de mostarda Dijon. Deixei ali, cozinhando, enquanto ajeitava a casa. Quinze minutos depois: voilá!

Coma beeeeeem quente!