segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Arroz paraense


Preciso fazer um preâmbulo: há muito - mais de seis meses - reservava a caixa de arroz Basmati para uma ocasião especial. (post "Arrozes". Para ler, clique aqui).
Para os que nunca ouviram falar dele, vale muito a pena saber que muitos consideram o Basmati um arroz especial, o melhor do mundo. Ele é perfumado, delicado... depois de pronto, fica soltinho. É uma experiência muito peculiar, garanto. Deixemos que o chef Bergamo fale: "O arroz Basmati é um grão todo especial. É proveniente da Índia, mais precisamente dos pés do Himalaia" (http://blogdobergamo.blogspot.com). Para ler mais sobre o Basmati, clique aqui.
No último sábado, de posse de todos os ingredientes, decidimos ter uma noite em família, na casa da minha mãe: cozinhar juntas, bebendo vinho e ouvindo boa música e foi exatamente o que fizemos.
Minha decisão foi um arroz paraense... com Basmati.

Se você, leitor deste blog, não é paraense, saiba que este prato é uma releitura do tacacá (um tipo de "sopa" indígena, feita com tucupi - um "leite" extraído da mandioca, fermentado e cozido, fica amarelado -, com jambu cozido e camarões). Já falarei detalhadamente sobre os ingredientes.

Vamos a eles, então?
- Dois sachets de arroz Basmati. Se não tiver, não precisa ficar "em cólicas". O agulhinha vai ficar tão delicioso quanto;

- 1 litro de tucupi (que expliquei acima);
- Jambu cozido (com o mínimo de sal);
- Camarões (eu sei os do tipo "rosa", limpos e no limão)

Umas considerações:
- Você pode cozinhar o arroz e deixá-lo ali, prontinho, até o momento de fazer o prato.
- O tucupi já é vendido "cozido". Em todo o caso, eu sempre levo ao fogo para ferver, com folhas de chicória, dois dentes de alho inteiros, com casca (levemente "achatados", só para liberar levemente o aroma e gosto).
- O camarão rosa é tratado com limão. Pelo menos o meu, só leva limão. Nada mais.

Modus Operandi:
Se você não optou por fazer o prato com arroz já cozido, doure cebola + alho picadinhos em azeite e refogue o arroz Basmati. Quando os grãos estiverem dourados, quase translúcidos, acrescente o tucupi. Em vez de água, vamos cozer o arroz no tucupi.
Numa frigideira a parte, jogue um fio de azeite e refogue um dente alho bem picadinho. Deite os camarões e "salteie". Muito tempo de exposição ao calor podem endurecer os camarões ao ponto de "emborrachá-los". Não esqueça que frutos do mar são sensíveis ao calor.
À medida que o arroz vai cozinhando e ficando tenro, acrescente o jambu -já cozido - e os camarões.
Tem gente que prefere um arroz mais sequinho. Nós, lá em casa, gostamos de comida com caldo, muito caldo...
Ah, sirva imediatamente!

Faltou uma breve explanação sobre o jambu, esse lindo aí da foto:
Herbácea, folhagem comum na Região Norte. É muito usada em nossos pratos típicos, com destaque para o Tacacá e o Pato no Tucupi. Suas folhas e especialmente suas flores possuem um leve poder anestésico, que deixa língua e lábios trêmulos. É muito saboroso... garanto!

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