sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Quem encontrar a surpresa do bolo é rei


Janeiro é o mês oficial da galette des rois, feita de massa folhada, creme de amêndoas e... uma surpresinha

De: Roberta Malta, iG São Paulo

Daniel Briand só conseguiu atender à nossa reportagem de noite. Como muitos confeiteiros no mundo, nesta época do ano, o chef da pâtisserie que leva seu nome (tel. 61 3326-1135), em Brasília, passa todo o seu tempo esticando massas folhadas e emulsionando creme de amêndoas. Reza a tradição católica que a galette des rois deve ser consumida durante o mês de janeiro inteiro. Mas o dia oficial do bolo de origem francesa é o sexto do ano, quando são festejados os Reis Magos - Gaspar, Baltazar e Belchior, aquele trio com presentes nas mãos dos presépios de Natal. (Este, aliás, é o momento de recolher as bolas vermelhas dos pinheiros de plástico, tirar a bota de feltro verde da janela e voltar à vida real.)

O hábito de dividir o bolo com bonequinhos de porcelana ou favas para eleger o mais sortudo da mesa nem de perto tem a dimensão de reunir a família em torno de um peru no Natal ou distribuir ovos de chocolate na Páscoa. Mas deveria. O doce, além de delicioso, ainda vem com o bônus da brincadeira.
O jogo é de sorte. Mal começamos o ano e já é hora de testar quem comeu mais e melhores lentilhas no Réveillon. Funciona assim: divide-se a galette em partes iguais entre os que estão à mesa. Alguém se levanta e, escondido, determina quem fica com cada fatia. Melhor ainda, se for uma criança. Quem achar a moeda número 1 do Tio Patinhas vai ter prosperidade extra. Com fartura garantida, o sortudo deverá, ainda, oferecer ao grupo o bolo do ano seguinte -- cujos ingredientes não são exatamente baratos.

A satisfação, em compensação, é garantida. Principalmente para o coroado. O documentarista Sérgio Duran já tirou a fava na galette comprada no Sofitel do Rio de Janeiro (tel 21 2525-1206), em Copacabana, e todo ano encomenda o doce antes mesmo de dezembro acabar. O autor do bolo de lá é o chef pâtissier da casa, o francês Dominique Guerin, um dos melhores do Brasil. Duran tem razão: "Não tem como dar azar"!

Mas não é preciso caprichar tanto para participar do jogo e comer um docinho gostoso. Padarias também produzem gêneros para o ritual de Dia de Reis. As receitas, porém, são mais simples. “É parecida com a do panetone, mas com alguns ingredientes diferentes”, afirma Raquel Abrahão, proprietária da Benjamim Abrahão – Mundo dos pães (tels. 11 3258-1855/ 1385), um sucesso paulistano. Em sua versão, o bolo, em formato de rosca, leva cereja e figos secos. Vale pelo festejo. A regra, afinal, é mais uma vez reunir os mais queridos e se divertir à custa de uma guloseima pra lá de gostosa. Vai perder essa?

GALETTE DES ROIS
Ingredientes

Para a galette

500 g de massa folheada
200 g de creme de amêndoas*
1 ovo
1 fava e 1 coroa de papelão dourada

Para o creme de amêndoas

100 g de manteiga
100 g de açúcar
100 g de amêndoas em pó
25 g de amido de milho
1 colher (sopa) de cachaça
2 ovos
1 pitada de sal

Modo de Preparo

​Para a galette
Abra a massa até 3 centímetros de espessura. Corte dois círculos do mesmo tamanho. Espalhe o creme no primeiro círculo, até que fique a cerca de 2 cm das bordas. Pincele as bordas com ovo batido para colar. Insira a fava. Cole a segunda massa sobre a primeira. Aperte, com os dedos, as bordas das duas massas. Pincele com ovo batido. Risque a parte superior da massa com uma faca. Deixe descansar durante 1 hora. Em seguida, asse em forno preaquecido a 210 graus, por 50 minutos.

Dica do chef: Ao tirar do forno há a opção de pincelar a galette com um mel diluído

Para o creme de amêndoas
Bata, numa batedeira, a manteiga (temperatura ambiente), o açúcar e as amêndoas.
Pouco a pouco, acrescente os ovos sempre mexendo. Por último, incorpore a farinha e a cachaça.

Dica do chef: Utilizando uma batedeira elétrica o creme vai dobrar de volume.

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